Chegamos em 2019. Virada de ano é época de renovação de energias e esperanças. Época de rever o que temos feito, recalcular a rota e implementar as mudanças que a gente acredita que serão melhores para as nossas vidas. “Esse ano eu vou ser mais paciente!”. É época também de emanar os melhores desejos para os outros, um momento em que sentimentos positivos e otimistas tomam conta da sociedade e tendemos a estar mais abertos e receptivos. Por isso, hoje eu venho aqui trazer meus desejos de ano novo.
Em 2019 eu desejo tempo. Não estou falando de quantidade nem de qualidade. Desejo tempo sem rótulos, sem cronometragem, sem exigências. Tempo de olhar pras crianças e perceber como elas cresceram e se transformaram. De um dia pro outro ou com a distância de anos, as mudanças estão sempre lá. Basta dedicar um pouco de tempo para percebê-las.
Desejo tempo sem rótulos, sem cronometragem, sem exigências.
Desejo tempo para olhar os irmãos brincando em harmonia, naquela parceria e companheirismo que a gente sonha quando descobre que ao invés de apenas um filho, agora serão dois, mas que no dia a dia o festival de “mãe, olha o que ela fez!”, “pai, ele tá me irritando!” faz passar despercebido todo esse amor.
Desejo tempo para conseguir dar conta das milhares de coisas que temos que fazer, tentando equilibrar tudo.
Mas também tempo pra aceitar que, às vezes, simplesmente não dá pra fazer tudo ao mesmo tempo, e tudo bem também.
Tempo para olhar pra si, avaliar suas escolhas, se regozijar pelas coisas boas e se perdoar por aquelas que não lhe fizeram tão bem. E principalmente, para retomar o protagonismo da sua vida, escolhendo fazer diferente o que já não lhe traz felicidade.
Esse tempo que eu desejo pode ser bem lento, esticando os momentos gostosos, ajudando a criar memórias e vivenciar com intensidade cada minutinho de felicidade. Ou pode passar bem rápido, fazendo os dias difíceis serem vividos com a esperança da superação.
Desejo um tempo que não aprisione. Que não guie como uma marcha militar, passo certo, ritmo constante.
Pelo contrário, que o tempo tenha cadências variadas, tenha a malemolência de uma dança e faça cada gingado fazer sentido, mesmo que um pouco fora do ritmo ideal.
Um tempo que possa ser contado com o relógio, mas também em risadas e abraços, em dentes que caem e que nascem, em semanas gestacionais, em livros lidos, em segundos sem piscar ou em fios de cabelos brancos, por que não?
Desejo que o tempo seja sempre um aliado. Que ele não se transforme em um opressor que apavora com a sua passagem. Desejo tempo para apreciar e viver a vida, que vai muito além de sobreviver por mais um ano.
Em 2019 eu desejo tempo. Feliz ano novo!
por Luciana Bento