abr 9, 2019 | Notícia
É bonito e fascinante observar um bebê aprendendo a andar. Quando começa a ter um pouco mais de firmeza em seu corpo, algum domínio sobre sua musculatura e seu equilíbrio, a criancinha pega gosto por explorar o ambiente e, confiante, conhece o mundo. Vai aos poucos ganhando a sua autonomia e descobrindo a vida, as relações, os objetos, os tecidos, os gostos e os aromas, um processo mágico.
Com o desenvolvimento da autonomia emocional, o processo deveria ser o mesmo, só que no caso, precisamos primeiro olhar para as condições que nós adultos oferecemos para que crianças e jovens possam crescer em direção à autonomia.
Vamos então primeiro defini-la: autonomia significa o governo de dentro para fora das nossas decisões e atitudes. O oposto dela, a heteronomia, significa aquela atitude de pôr o cinto de segurança quando tem alguém vendo, colar na prova quando não há o risco de ser pego, pagar a conta em dia apenas para evitar a multa. Esse tipo de ação voltada apenas a evitar problemas significa uma posição reativa, ou seja, eu não faço bem o certo, não me movo em direção ao justo, porque me falta autonomia moral.
Autonomia moral significa escolhermos conscientemente o bem comum sobre o individualismo. Significa a cordialidade acima da brutalidade ou da indiferença, a ética acima do narcisismo ou do imediatismo. Autonomia como atitude geral diante da vida é tão importante quanto, afinal de contas se criamos alunos ou filhos mimados, superprotegidos, amedrontados ou acomodados, que chance eles terão diante das muitas provas que com certeza vão enfrentar?
Na vida de todos nós os desafios tendem a ser, a cada ano, maiores, mais complexos, mais inquietantes e exigirão, cada vez mais, esta atitude de autonomia.
É ela que serve como ponto de partida para a proatividade que, em seu limite, culmina na atitude empreendedora, na qual nós somos responsáveis pelo nosso destino e conseguimos atingir a automotivação, a auto eficácia, a autoestima como decorrência de uma atitude geral diante da vida. Isso significa nos colocarmos mais em busca de soluções do que de problemas, de possibilidades do que de limites. Aprendemos com os nossos erros e levamos para o futuro, na mochila da vida, as lições, não as mágoas, os aprendizados, não os ressentimentos, as possibilidades, não os medos!
Existem alguns passos para a autonomia. Eles são praticados por meio da disciplina, que é aquela habilidade de fazer o que tem que ser feito e não só o que queremos; por meio da empatia, que significa a percepção de que os desejos, sentimentos, crenças, valores e significados dos outros são tão importantes, tão valiosos, tão preciosos quanto os nossos; pela compaixão, que significa uma abertura para a percepção de que todos, realmente todos os seres humanos têm suas dores, têm suas perdas, têm seus medos e diante disso nós podemos sempre fazer algo, mesmo que seja apenas estar ao lado.
Um outro passo importante, já mencionado aqui, é a proatividade, ou seja, anteciparmos necessidades e ações e não fazermos as coisas apenas de véspera, de forma medíocre, superficial, apostando na mesmice ou sem buscar o verdadeiro brilho. Pois, quão ético seria um médico que não se atualiza, quão ético seria um músico que toca de qualquer jeito, quão ético seria um jogador que bate o pênalti sem se importar?
Uma das grandes distinções entre nós e outros seres vivos do planeta é ser escolhedor. O Ser humano que tem uma autonomia ética escolhe viver para o bem, escolhe ser uma pessoa madura e autônoma que significa abandonar a ilusão egoísta, narcisista e tão perigosa de que nós podemos fazer apenas aquilo que queremos, se queremos e quando queremos.
Estas são temáticas caras à Metodologia OPEE e perpassam todas as nossas atividades, afinal de contas, como construir um projeto de vida, com vida e para a vida sem praticarmos a adoção de um propósito constituído e reafirmado todos os dias de nos aproximarmos, pouco a pouco, passo a passo, da melhor versão de nós mesmos? É desta autonomia que estamos falando!
De uma autonomia que nos eleva diante da vida, para que com a cabeça erguida possamos encontrar um horizonte melhor chamado “vida boa”.
Texto: Leo Fraiman
mar 25, 2019 | Notícia
A palavra “adolescência” vem do latim adolescere, que significa “crescer”. Compreender essa etapa de crescimento é um desafio de longa data e embora existam divergências conceituais e abordagens distintas sobre esta fase da vida, hoje temos consolidada a ideia de adolescência como fase de transição da infância para a idade adulta, ou seja, o crescimento que leva à maturidade.
Como sabemos, é no meio familiar que nos constituímos como indivíduos e é nesse meio que vamos formando nossos valores e concepções sobre o mundo, a vida, o trabalho, as profissões etc. As relações e interações que se estabelecem são essenciais para despertar ou não interesse por determinados temas e questões. Assim, as expectativas e desejos que os pais depositam sobre os filhos desde sua concepção, sem dúvida terão algum impacto na subjetividade dos filhos, ainda que não seja algo explícito.
De geração em geração, mensagens, projetos, valores, crenças e ideologias são transmitidas pelas pessoas que convivem conosco. Há inclusive estudos que analisam o impacto das transmissões multigeracionais e também os mitos familiares.
O fato é que durante a adolescência, muitas famílias relatam não reconhecer mais seus filhos, ou notar que estão diferentes, se transformando. A comunicação também é outro aspecto que é alvo de mudanças e possíveis dificuldades. Soma-se a isso o fato de que vivemos em uma sociedade marcada pela instabilidade e com poucas referências claras que a todo o momento podem ser modificadas ou desconstruídas. Isso tudo pode contribuir para a apatia e o afastamento das pessoas no âmbito familiar.
A participação contínua e efetiva é uma postura muito eficaz durante o desenvolvimento dos filhos. Não negligenciar questões importantes e não ser permissivo com aquilo que fere os princípios e valores da família é essencial para que os filhos se inspirem nos adultos da casa e saibam que a palavra e o compromisso têm valor. Para que a presença com qualidade se estabeleça é preciso tempo. Muitos acreditam que o tempo dispendido com os filhos deve ser de qualidade, mesmo que em quantidade seja reduzido. Isso pode ser um autoengano, uma vez que apenas a quantidade de convívio é que traz sutilezas e interações de qualidade. Dificilmente estabelecemos intimidade, proximidade, cumplicidade, confiança e relações afetivas de qualidade com pouco tempo de dedicação e interação. Isso se aplica a todas as relações que consolidamos: familiares, conjugais, sociais.
Para quem vive em centros urbanos principalmente, o tempo parece ser cada vez mais difícil de ser administrado. Vivemos dividindo nosso tempo e atenção com diversos fatores, tais como artefatos tecnológicos (principalmente celulares, ipads, entre outros), o trabalho, o tempo de deslocamento entre os lugares, família, compromissos, notícias e um sem fim de coisas. Dedicar o precioso tempo para o convívio presencial com os filhos é extremamente importante para acompanhar o desenvolvimento deles, para participar de momentos importantes, para estar acessível para auxiliar no enfrentamento adequado de situações complexas e difíceis e para promover momentos de bem-estar conjunto e momentos significativos.
Se o aprendizado emocional de todos nós é construído ao longo da vida, na relação consigo mesmo e com os outros, todas as relações significativas entre pais e filhos contribuem enormemente para o desenvolvimento emocional dos filhos. Mais do que isso, contribui também para a construção de um tecido de relações que permita lidar de maneira saudável e construtiva com os conflitos que naturalmente emergem do convívio e também com possíveis situações de crise, dor, adversidades, bloqueios e até disfunções.
Na adolescência, assim como em todas as fases da vida, reveses e dissabores precisarão ser enfrentados. Uma vez que não é possível controlar ou blindar suas vidas, poder contar com pais que são firmes, mas não autoritários, que são carinhosos e gentis, mas não permissivos, que são participativos, mas não controladores, que são exigentes, mas não perfeccionistas, que reconhecem e validam o esforço, mas que não querem saber apenas de resultados, que reconhecem sua humanidade e de seus filhos, mas que não passam a mão na cabeça, tudo isso, pode ser muito benéfico, tranquilizador e até mesmo fator de proteção. Todas essas posturas são o grande desafio da convivência. Ter consciência das mesmas e buscar praticá-las como um exercício e aprendizado diário já é uma grande conquista!
Texto: Mariana Gonçalo | Foto: Pixabay
Metodologia OPEE
mar 14, 2019 | Notícia
Considerado por especialistas na Área da Educação como excelente ferramenta pedagógica, o Jogo de Xadrez favorece o desenvolvimento de habilidades como: o raciocínio lógico-matemático, a memória, a criatividade, a antevisão, a tomada de decisão e o autocontrole. Além disso, por ser uma atividade com regras bem definidas, também favorece o exercício da ética ao promover o respeito ao oponente e às leis do jogo.
Considerando a teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner, duas das sete inteligências mencionadas pelo estudioso são desenvolvidas com a prática do Xadrez: a lógica e a espacial. Por sua vez, os estudos de neurologia e neuropsicologia falam sobre os benefícios de se treinar o cérebro, nossa fantástica máquina que pode ser sempre aperfeiçoada.
Um grande especialista na área, o neurocirurgião Ítalo Venturelli, defende o Xadrez como excelente meio para se estimular os diferentes elos cerebrais e também ativar as comunicações químicas e nervosas de transmissão e processamento de informação.
Ao jogar uma partida, realizamos muitos cálculos, abstraímos posições não concretizadas no tabuleiro, imaginamos lances em sequência, deduzimos possibilidades, comparamos e tomamos decisões – muitas vezes acompanhadas de emoção. Lidamos, ainda, com sucesso e frustração.
Em suma, assim se coloca esse milenar jogo: ele não ensina o que pensar, mas sim ensina a pensar!
mar 12, 2019 | Fotos
Os alunos dos 2ºs anos realizaram uma aula passeio com o objetivo de apropriarem-se dos conceitos cartográficos, permitindo aos alunos observarem e identificarem os principais elementos da paisagem na rua do Colégio Santo André: as placas de sinalização, a rua, as moradias, se há algum ponto de referência, etc. Diante dos Campos de Atuação relacionados com a BNCC, nossos alunos puderam aprimorar conceitos das Formas de Representação e Pensamento Espacial.